quinta-feira, 13 de outubro de 2016

MATURIDADE E MATERNIDADE

   Depois dos 35 anos, me vi numa intensa crise de maturidade, e isto nada tinha a ver com a textura da minha pele, embora isso também me assuste. Normalmente, a fase adulta feminina compreende o casamento e a maternidade; mas como isto (ainda) não aconteceu na minha vida, parece que meu cérebro ainda não entendeu que sou uma mulher adulta. Não me é comum, por exemplo, abrir mão dos meus compromissos, da minha comida ou de boas horas de sono em função de alguém. É uma vantagem da solteirice, mas uma grande perda de oportunidade em aprender sobre entrega desinteressada, coisas que só mães sabem fazer.

   Ano passado pensei muito sobre isso! E fiz uma daquelas orações perigosas: “Senhor, dá-me filhos!”. Rapidamente, o Senhor me veio com uma resposta surpreendente e me presenteou com 25 filhos este ano! E já quero afirmar que minha mãe tinha razão: só aprendemos determinadas coisas quando temos filhos.

  Cuido de 24 pessoas aqui no CPP, entre homens e mulheres de 17 a 38 anos. Uma loucura! Comecei, tragicamente, a reconhecer pequenas rugas no meu rosto, alguns quilos a mais e muitos pensamentos que eu não tinha antes. O curso tem duração de 9 meses (coincidência??) e tenho experimentado as verdades sobre a beleza e o drama da maternidade. Passo noites em claro, já levei gente para o médico de madrugada, saio com listas de compras, encorajo e dou (muitas) broncas. Aliás, nunca imaginei que me parecia tanto com a minha mãe!!! Quem imaginaria que eu seria capaz de ameaçar jogar fora um par de meias que estiveram jogados na lavanderia por dias e faria exatamente conforme o prometido? Ou então que fiscalizaria quantos dias as roupas ficaram estiradas no varal, ao mesmo tempo que estendia as toalhas de banho que eu já havia implorado para serem postas no sol?

   E o coração? Como as mães conseguem viver sem enfartar uma vez por dia??? Minhas emoções tornaram-se uma bela salada de frutas, onde a ira conversa com a misericórdia enquanto a tristeza abraça a alegria. Sempre! E os 24 ganharam completamente meu coração. Talvez nem tenham percebido ainda o quanto cada um deles tem me esculpido uma “alegre mãe de filhos” em parceria com Deus.

  Diariamente, sou alimentada pelo Senhor com a graça de cuidar, ainda que eu não consiga medir a abrangência dessa responsabilidade. Cada um deles ocupa meus pensamentos e minhas orações, ao mesmo tempo em que me fazem completamente mais dependente do Espírito Santo, pois Ele é o único capaz de controlar e mudar as pessoas. Tenho provado da alegria de acompanhar o aprendizado de cada um, os passos e a maneira como cada uma destas pessoas tem desenvolvido seu relacionamento com Deus. E uma lição já aprendi: mães sempre perdem para ganhar. Perdem suas vidas para ganhar a vida de outro, ainda que nunca tenha um “obrigado” no final do dia.

  E este tem sido meu maior desafio: aprender a dar minha vida por outra pessoa sem a preocupação de ser reconhecida. Jesus fez isso. Em três anos de intenso ministério, Jesus não teve crise de identidade pelo fato de ninguém saber quanta glória Ele tinha deixado para se tornar homem. Ele simplesmente sabia quem era, sabia o que o Pai pensava a respeito Dele. E tenho acreditado ser bem esta a graça que Deus derrama sobre as mães. Tenho certeza que este tem sido meu maior aprendizado este ano. Se terei filhos naturais ainda não sei, mas “do coração” já tenho alguns e estou muito feliz!

SERVIÇO, MINISTÉRIO DA PALAVRA E ESPIRITUALIDADE

   Tenho sido bastante desafiada, nestes últimos meses, no ministério da Palavra. Creio que nunca havia levado a sério a possibilidade de ser uma “pregadora”, mas as aulas aqui no CPP e algumas participações em pequenos eventos tem me mostrado que não apenas gosto de dar aulas, mas que amo compartilhar a Palavra de Deus. Fiquei muito feliz em estar com os irmãos da Vineyard Bauru em julho falando sobre meu missionário favorito – “Jesus, a Missão de Deus no Mundo” -  e em receber os adolescentes da Igreja de Jundiaí aqui mesmo no CPP, onde pude compartilhar sobre “Jesus, O Único Amigo que Conhece Meu Coração Profundamente”.

   Descobri que amo ler, pensar, falar, escrever e cantar sobre a vida de Jesus, o Verbo Encarnado. E tenho buscado conhecer uma literatura cristã mais “antiga”, relatos de homens e mulheres totalmente entregues para conhecer a Deus em sua vida diária. Escritos de Santo Agostinho, Madame Guyon, Tereza de Ávila, Andrew Murray, e alguns mais contemporâneos como A. W. Tozer, Henri Nouwen e Richard Foster tem feito parte de minhas leituras e estou maravilhada com tantos relatos expressivos  sobre como encontraram a pessoalidade de Cristo. Ao ler os Evangelhos – foco de meus devocionais neste semestre todo – tenho buscado a prática da chamada Lectio Divina, que abrange a leitura da Palavra, oração, meditação no texto bíblico e contemplação dos atributos de Deus e de Suas afeições, que muitas vezes não encontramos numa leitura mais rápida da Bíblia. E tem sido maravilhoso encontrar pessoalmente o Cristo Vivo na Palavra Viva diariamente. Jesus aquece meu coração, me traz ‘frio na barriga’, gera em mim uma alegria inexplicável e uma paz muito duradoura todas as vezes que os olhos do meu coração estão abertos para encontrar com os olhos Dele.

  E acredito que este será meu desafio nos próximos meses: aprender a encontrá-lo diariamente – de verdade – e ensinar as pessoas a encontrá-lo também. Sim, eu sei que é real! Quando leio, por exemplo, o relato de Jesus encontrando Maria Madalena no domingo da ressurreição (João 20.11-18) sei que as Escrituras não me mostram somente isto, mas revelam a profundidade do sorriso do ‘jardineiro’ e a emoção do olhar de Maria ou reconhecer seu ‘Raboni’. Isso me encharca de vida! Sinto-me recebendo toda a água da vida que as Escrituras trazem e refresco-me prazerosamente em cada gota desta Palavra! Consequentemente, a vida de oração tem se tornado mais simples e espontânea, pois a presença de Jesus se torna intensa e constante, encorajando-me a conversar com Ele sempre que eu desejar.

   Jesus é real, amigos! É um homem glorificado habitando nos céus (Atos 1.9-11), está vivo e se relaciona conosco! Isto é maravilhoso!!! Servir a um Deus Vivo, que conversa com seu povo e envolve cada um de nós em sua história é a melhor das religiões. Meu coração se alegra imensamente com esta verdade. E isto tem feito cada um dos meus dias aqui em Monte Mor valer a pena, mesmo que eu não tenha previsão de recompensa alguma. Estou satisfeita neste Deus. Estou satisfeita nesta linda história de redenção que as Escrituras nos trazem. E estou com muitas expectativas sobre o que Ele tem feito aqui na vida de cada um de nossos alunos.

   Obrigada a cada um de vocês que tem feito parte desta jornada comigo! Cada centavo de suas finanças e cada segundo de suas orações tem me abençoado e suprido minhas necessidades. Posso testemunhar a todos vocês que de nada tenho falta, pois o Senhor tem mesmo suprido cada necessidade. A beleza da vida missionária é exatamente na experiência da providência de Deus, pois cremos que Ele cuida de nossas necessidades enquanto estamos cuidando das coisas Dele.

   Em 2017 já é certo que eu permanecerei aqui no CPP como monitora e professora, além de continuar atuando na Sala de Oração Convergência. Conto com as orações de vocês, pois toda a equipe será modificada e ainda não temos certeza dos futuros monitores. Terei mais um ano cheio de desafios na “maternidade” que me é novidade agora, além de precisar aprender todos os dias a pastorear o coração de cada um destes jovens que o Senhor nos confia durante o curso. Também precisaremos “dar um trato” em alguns alojamentos aqui da chácara, inclusive na casa que vou morar em 2017, mas confiamos que o Senhor vai nos direcionar recursos para isto, pois além de tratar de paredes mofadas (que podem prejudicar bastante a saúde) precisamos instalar forro em 5 alojamentos e colocar toldos no refeitório para reter o vento, a chuva e friagem.
Todos devem ter percebido que meu informativo de email tem sido enviado trimestralmente. Caso queiram acompanhar mais detalhes do meu dia a dia, sigam-me no facebook e no blog. Seguem os links logo abaixo.

            Um grande e alegre abraço a todos!

quinta-feira, 23 de junho de 2016

"Ide por todo o mundo" - MAS, PARA ONDE, SENHOR???

            Eu tinha 16 anos quando entendi a ordem de Jesus em Marcos 16.15:

E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.”

Desde então, meus olhos brilharam e comecei a esperar e planejar uma vida que fugia totalmente da convenção social do “estudar, casar, ter filhos, trabalhar, trabalhar, trabalhar, ter uma casa própria, viajar para o exterior, dar o melhor para os meus filhos, casar os filhos, envelhecer e morrer”. Enquanto a maioria das meninas da minha idade esperavam pelo príncipe encantado e estudavam para entrar nas melhores universidades, eu simplesmente esperava por viver uma grande aventura com o Príncipe da Paz. Não me importava o que faria nem para onde iria; apenas queria viver essa aventura que vislumbrei numa noite de verão em meu singelo quarto, enquanto desfrutava de um doce tempo de devocional.

            Mas, aos 16 anos, eu não era dona do meu próprio nariz, embora sonhasse com um futuro bem missionário. Eu sonhava em fazer escolas de missões e me jogar nas Nações, no meio dos índios ou para qualquer outro lugar que meu Príncipe da Paz Encantado me levasse. Acabei por obedecer às ordens de meus pais, que foram sábios e firmes ao me conduzir para a universidade. Pela graça de Deus - sim, só pela graça Dele, porque eu sempre fui uma aluna mediana -, entrei para o curso de Educação Artística na Unesp Bauru. Dali pra frente, tudo pareceu seguir um curso bem normal: terminei a faculdade e logo fui aprovada num concurso público para ser professora do Estado de São Paulo (olha a graça de Deus aqui de novo!). Quase tudo foi normal, com a exceção do fato de estar completamente desiludida com a tal vida convencional normal depois de romper um relacionamento de seis anos poucas semanas antes do casamento.

            Mudei de igreja, mudei de cidade, perdi amigos, ganhei outros amigos, tive uma profissão decente, fiz pós-graduação, tive namoricos típicos da novela das seis, tive depressão, comprei um carro, mudei de casa 4 vezes, sofri de solidão, me diverti na solitude, “chorei, sorri e emoções vivi”. E essa trama toda se desenvolveu por 10 anos!!! Uma vida toda quase perdida para quem apenas queria cumprir o tal chamado do “IDE”. E em todos estes momentos, uma coisa eu sabia: alguém estava me perseguindo furiosamente e não desistiria de mim de forma alguma, ainda que eu me lançasse como um porquinho no lamaçal. Ele estava lá o tempo todo: meu Príncipe da Paz. O tempo todo soprando aos meus ouvidos palavras de amor, de salvação e de encorajamento.

            Me tornei a professora mais feliz do mundo. Descobri que este “Ide” por todo mundo envolvia cada metro quadrado nos locais por onde eu vivia. Eu não precisava ir tão longe para pregar o Evangelho, mas sim me manter atenta para todos os locais para onde Jesus me conduzia, ainda que parecesse “normal demais”. Até que no fim de 2012 meu coração foi arrebatado de tal forma que topei uma nova etapa da aventura: vir para Monte Mor para um tempo exclusivo de devoção, durante o curso do CPP – Curso de Preparação Profética. Estou aqui desde 2013. Novamente, uma mudança radical: de professora estável para missionária.

            Finalmente, o desejo despertado aos 16 anos estava se tornando realidade! Com a pequena diferença de não parecer tão radical como a vida de tantos outros missionários que se jogam na Índia, África ou Sertão brasileiro. Porque foi assim que aprendi sempre: missionário bom é aquele que vai embora para os locais mais perigosos e sofridos do mundo. O que eu não imaginava era que Monte Mor fosse uma cidade tão carente do Reino de Deus como aquela cidadezinha do Nordeste. Por aqui existe violência, abusos sexuais de crianças, prostituição e muita desigualdade social. E, sem saber por onde começar, entendemos que era necessário uma longa e contínua conversa com o Senhor, que se refletiu no estabelecimento da sala de oração, onde permanecemos em adoração e intercessão para ouvir Dele seus desejos mais profundos sobre Monte Mor. E assim tem se desenvolvido o “Movimento Convergência”, onde mantemos as atividades da Sala de Oração e da Base Missionária Convergência, junto com as reuniões da Comunidade – a vida de Igreja que temos aqui.

            Desde 2014, minha vida tem sido totalmente dedicada às necessidades de Monte Mor, seja em oração, em pequenas ações ou na vida de trabalho “normal” como já aconteceu em alguns períodos onde tive a oportunidade de dar aulas de arte em escolas da prefeitura. E por aqui permanecerei no cumprimento do meu “Ide” até que Cristo aponte outra direção – e com Ele vou para qualquer lugar!

            Este ano especialmente, retornei ao CPP e estou dedicando minha vida para cuidar de outras 26 vidas, que são nossos alunos deste ano. Grandes coisas o Senhor tem realizado por aqui! Curas físicas e emocionais, salvação e renovação de vidas para o cumprimento do “Ide”. E fico deslumbrada em pensar que, ainda que eu não tenha ido para outras Nações, hoje cuido de vidas e instruo pessoas que podem alcançar cidades por onde eu nunca pisaria e pessoas pelas quais eu nunca teria a oportunidade de tocar com a oração e a pregação do Evangelho. Como isto aquece meu coração! Isto é o Corpo de Cristo: uma grande família que se move por todo o mundo conectada ao seu Pai e Mestre enquanto se conectam com outras pessoas.

            Agradeço a todos deste belo Corpo que tem abençoado minha vida com orações e sustento financeiro, já que meu trabalho aqui no CPP é voluntário. Em tudo o Senhor tem suprido minhas necessidades e sempre através do Corpo de Cristo! E assim permaneço seguindo meu Príncipe da Paz por onde Ele vai e me leva, na alegria de moldar este mundo para que Ele volte com toda a Sua Glória e estabeleça seu Reino Eterno.

            Um grande e alegre abraço a todos!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O início, em 2014 e as esperanças para 2015

    Grandes coisas o Senhor tem feito por aqui e estamos ansiosos por mais!

   O ano de 2014 foi um tremendo desafio para todos nós. Viemos para Monte Mor conscientes de que nada havia de concreto em questões ministeriais. Além do CPP – Curso de Preparação Profética, só tínhamos as convicções pessoais do que o Senhor nos havia mostrado em 2013 sobre o desejo dEle de fazer seu Reino conhecido nesse lugar e de como cada um de nós poderia estar envolvido nessa grande obra. E, mesmo convivendo com os irmãos do CPP, não temos envolvimento direto com o curso, apenas servimos os irmãos como igreja, dando suporte em algumas atividades e necessidades mais pessoais. Então, morar na cidade e se relacionar com a cultura e cotidiano foi nossa missão em 2014, junto com o estabelecimento da vida de igreja e início dos turnos na Casa de Oração. E o Senhor nos colocou especificamente no “centro” da cidade!
   No início de 2014, o projeto Alfabetiz’Arte era meu grande desafio junto com a Flávia, uma das  missionárias que permaneceu aqui. Começamos o projeto numa escola estadual onde “adotamos” a biblioteca da escola para garantir seu funcionamento para os alunos, que são de baixa-renda e normalmente não tem acesso a tantos materiais culturais. Além disso, como a Flávia é psicóloga, aos poucos a coordenação da escola foi encaminhando jovens e alguns pais para dialogar com ela. Também atuamos junto aos alunos e professores com palestras com temas como “bullyng” e orientações pedagógicas, especialmente nos relacionamentos professor-aluno. Neste tempo, entendemos que Deus tinha um propósito exclusivo com cada pessoa com quem nos relacionamos nesta escola. E temos visto que não apenas não cristãos precisam do Evangelho, mas muitos cristãos feridos em seus ministérios precisam de apoio e estamos abertos para dar este suporte em oração e aconselhamento.
  Um dos grandes desafios de se “começar” algo numa cidade é o tempo de vida normal para conhecer o local, a cultura e as pessoas. Não desejamos fazer nada com nossas próprias ideias, ainda que pareçam incríveis. Temos entendido que o Senhor deseja compartilhar conosco sua obra e, por isso, precisamos permanecer em um relacionamento diário onde estamos atentos a sua voz! Percebo um tempo de transição, onde existe uma necessidade ainda maior de ouvir a voz do Senhor e suas direções pontuais para que, embora eu já conheça um pouco sobre Monte Mor, não queira fazer nada por minha própria conta. É um tempo de desarmar qualquer tipo de ansiedade e realmente esperar. Por ter tomado uma decisão tão radical durante o ano de 2013 e deixado toda uma vida estruturada em Bauru para permanecer aqui, preciso depender totalmente do Pai para manter o foco. A cada dia recebo graça dEle para continuar, para permanecer e perseverar! E quando o desespero bate à porta da minha mente, quando começo a pensar em ter feito uma loucura, o Espírito Santo intervém e derrama toda a satisfação pessoal da qual necessito para continuar. E assim venho experimentando, a cada dia, a medida da graça de Deus para prosseguir, em alegria!
   Definitivamente, Deus tem algo grandioso para Monte Mor e nos chamou para participar disto com Ele! Há um caminho a ser preparado nesta cidade e nosso desejo é corresponder ao Senhor em tudo o que Ele deseja fazer aqui, ainda que isto custe nossas vidas!
   Para 2015, entendi que 2 projetos devem ser priorizados: Casa de Oração e a república onde moro com mais 3 moças.

CASA DE ORAÇÃO

“ E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite clamam a ele, mesmo que pareça demorado em responder-lhes?
                Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará fé na terra?”

(Lucas 18.7-8)

   Há um chamado para a oração! Há um Deus cujo coração anseia pelas palavras de seus filhos; que anseia em ver sua Casa chamada “Casa de Oração” (Isaías 56.7), onde ouvir a adoração e a oração de seus santos é Seu maior prazer! É isto que desejamos ver em Monte Mor. Para isso, precisamos de pessoas que estejam dispostas a gastar horas de seus dias – e porque não sua vida! – para estar diante do Trono de Deus adorando-O e clamando para que seu Reino venha, para a justiça deste Reino seja manifestada na terra. Estas pessoas são conhecidas por “missionários de oração”. Nosso desejo é que esse projeto se estenda para 24h por dia e 7 dias por semana. Por isso precisamos de pessoas! Nada do que fizermos na cidade será concreto sem que antes não tenha se concretizado nas regiões celestiais.
   Eu estou aqui com este objetivo e pretendo, em 2015, ter uma agenda de trabalho integral voltado a Casa de Oração. Isto compreende:
  • Dedicar 20 horas semanais em oração, adoração, leitura e meditação na Palavra e 20 horas semanais praticando justiça social, que envolve trabalhos voltados às necessidades da cidade como: visitas em hospitais, auxílio educacional aos analfabetos entre tantos serviços que toda cidade apresenta junto aos pobres e mais necessitados. Um total de 40 horas semanais – o equivalente a uma jornada de trabalho;
  • Devido à ênfase na adoração – e isto envolve música – tenho o desafio de retomar os estudos de piano, meu instrumento desde pequena. Por anos deixei esta habilidade estagnada, e agora chegou o tempo de desenterrá-la para honrar ao Rei. A Casa de Oração necessita de músicos e cantores habilitados e dispostos a servir em excelência ao nosso Deus, como se fazia no tabernáculo de Davi (1Crônicas 23.5; 25.7).

  Atualmente, conseguimos mudar para um local mais amplo e, assim, estruturar com mais excelência os turnos de adoração e intercessão, além de fazer deste espaço um local para conferências e estudos, contribuindo com a vida espiritual de tantos irmãos na cidade e região.
  Foram muitos dias de dedicação dos irmãos da comunidade para preparar o novo local que conta com espaço para a sala de oração e um espaço para estudos em pequenos grupos!

CASA BETÂNIA

  Este é o carinhoso nome que demos à nossa república feminina. Em 2013, quando ouvimos o Senhor nos chamar para estar em Monte Mor, logo entendemos que nossa casa não seria apenas uma república onde algumas moças morariam juntas, mas um lugar onde Jesus realmente pudesse descansar, como fazia na casa de seus amigos Lázaro, Marta e Maria. Nosso objetivo era viver como igreja aqui desde nosso lar, onde “temos tudo em comum”. Iniciamos 2014 em 4 moças e, a partir de agosto, nos mudamos para receber mais uma moça. Entendemos que podemos receber a Cristo em nossa casa quando abrimos nossas portas para pessoas se hospedarem aqui ou, simplesmente, passarem por aqui para ter um tempo de comunhão, tomando um singelo café.
  Em 2015, queremos realmente ser uma extensão da Casa de Oração como uma base missionária, onde podemos receber moças desejosas de conhecer Monte Mor, participar das ações ligadas à Casa de Oração ou simplesmente ter um tempo de descanso entre nós. Também queremos receber mais vezes as obreiras e alunas do CPP, para um tempo de lazer e comunhão, como já aconteceu em 2014.
Somos muito gratas por tudo que Deus nos tem dado por aqui, pois nada nos tem faltado! A cada dia fomos surpreendidas com seu carinho e provisão. Chegamos em janeiro de 2014 com nossas malas, 1 colchão e algumas panelas. Fomos morar numa edícula de 4 cômodos. Hoje, estamos numa casa, ainda pequena, mas com 2 quartos e temos até uma sala/cozinha onde conseguimos reunir parte da comunidade. Já perdemos a conta de quantas doações e favores recebemos!

COMO AJUDAR?

   Para que minha dedicação seja realmente integral, preciso de pessoas dispostas a participar comigo deste desafio. Eu facilmente conseguiria emprego nas escolas da prefeitura de Monte Mor; aliás, esta foi uma das grandes provisões de Deus em 2014 para que minhas necessidades fossem completamente sanadas e outras pessoas fossem abençoadas. No entanto, estou disposta a não dividir meu tempo semanal com nenhuma outra atividade que não seja a Casa de Oração e as atividades de nossa república. A escola sempre chamará minha atenção, pois esta foi minha profissão nos últimos 10 anos! Amo ensinar e amo a educação! Porém, este ano não quero me fascinar por nada mais que não seja o Senhor.
  Tenho um gasto mensal que fica em torno de R$600,00 (aluguel, energia, água, alimentação e cuidados pessoais) e, agora, com a necessidade de retomar os estudos de música, terei ainda que investir nessa área, pois preciso de aprimoramento para que meu trabalho tenha a excelência da qual Deus é Digno.
  Alguns amigos me abençoaram fielmente em 2014, além da Comunidade Vineyard Bauru - minha querida família de fé - e sou muita grata por isso! Se você desejar fazer parte desta jornada comigo na cidade de Monte Mor neste ano, ficarei grata e muito feliz! Há um caminho a ser preparado; poucos têm sido os trabalhadores e você pode fazer parte disso comigo!
  E que venha o Reino em Monte Mor!

“E a vida eterna é esta: que conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, que enviaste.”
 João 17.3

PARA AJUDAR:
Caixa Econômica Federal
Agência: 1996
Operação: 013
Conta nº  00031546-0

sábado, 6 de dezembro de 2014

Por que uma Casa de Oração em Monte Mor?

by Marcos Batista
    Bem, deveríamos começar com outra pergunta: afinal, de onde vem o termo “casa de oração”?
   
   A frase “casa de oração” está em Isaias 56:7, encontrada duas vezes, “também os (estrangeiros) levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos.”
   
  Jesus citou este versículo quando expulsava os cambistas do templo, de acordo com Marcos 11:17, “também os ensinava e dizia: Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, a tendes transformado em covil de salteadores.” (transcrito também em Mateus 21:13 e Lucas 19:46)
  
  O coração da casa de oração talvez seja melhor percebido através do clamor do coração de Davi, no Salmo 27:4, “uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo.

   Esta casa de oração, o tabernáculo de Davi, foi estabelecida pelo rei Davi, e está mencionada em muitas outras referências bíblicas, mas a melhor que a descreve está em 1 Crônicas 16:1-37: “1 Introduziram, pois, a arca de Deus e a puseram no meio da tenda que lhe armara Davi… 4 Designou (Davi) dentre os levitas os que haviam de ministrar diante da arca do SENHOR, e celebrar, e louvar, e exaltar o SENHOR, Deus de Israel… 37 Então, Davi deixou ali diante da arca da Aliança do SENHOR a Asafe e a seus irmãos, para ministrarem continuamente perante ela, segundo se ordenara para cada dia.”

  A melhor imagem das intenções da casa de oração está no livro de Apocalipse, nos diversos descritivos dos remidos reunidos diante do Trono de Deus, tal como em Apocalipse 5:8-9, “… os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação.” (FONTE: International House of Prayer, Kansas City – IHOPKC)

   Se eu tivesse que resumir o objetivo de estabelecer uma casa de oração, diria simplesmente: porque o Senhor é digno de ser adorado continuamente! Cremos que Ele é digno de ter um altar de adoração incessante aqui em Monte Mor e que a presença dEle aqui afetará diretamente toda a realidade desse lugar!
   
  Não se trata de um novo modelo de culto, muito menos de igreja. Ao contrário, a casa de oração é um local onde a igreja deve permanecer em ação de contemplação e unidade. Por isso, é um local onde todos os ministérios da cidade podem frequentar e atuar em oração e adoração.
  
 Embora saibamos que muitos projetos sociais sanariam diversas necessidades da cidade, entendemos que tudo deve começar com a oração e que é através dela que o Senhor falará conosco, nos dizendo exatamente o que devemos fazer aqui. Assim como Jesus só fazia o que via o Pai fazer enquanto estava em seu ministério terreno, assim queremos proceder em Monte Mor. E não saberemos a vontade do Pai se não mantivermos um relacionamento com Ele baseado na oração.
   
  Queridos, se não somos capazes de cultivar a presença do Senhor, como vamos cultivar a obra que a Ele pertence? Esse tem sido meu maior questionamento!
  
  Ao decidir permanecer em Monte Mor, sabia que estaria vindo para o “nada”. Não temos uma instituição social aqui ou uma base missionária bem estruturada para movimentar a cidade. Tudo está em início, inclusive a vida de igreja. E tem sido um tremendo desafio para todos, tanto para nossos líderes como para nós que deixamos nossas vidas estáveis para viver o início de tudo isso. E, se não estivermos firmes em oração, corremos o risco de ser apenas mais uma “porta de igreja” sendo aberta na cidade. E esta não é nossa intenção, pois existem muitos ministérios por aqui – que inclusive nos relacionamos com certa frequência.
  
 Portanto, edificar uma casa de oração significa a edificação de um altar para o Senhor prioritariamente aqui. Nos movimentamos em outras áreas a partir do que Deus nos tem ministrado enquanto estamos diante dEle, em contemplação. E, por enquanto, temos apenas 2 turnos estabelecidos. Nosso alvo é termos turnos por 7 dias da semana, 24 horas por dia. E temos sido enormemente agraciados pela presença do Pai nesse pouco tempo de dedicação. Mas esperamos por mais!

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Um pouco sobre Monte Mor - SP


    Uma cidade com pouco mais de 50 mil habitantes, com “cara” de cidade pequena do interior, mas com realidade de violência como muitas cidades grandes. Infelizmente, é assim que ouvimos a definição da cidade de Monte Mor pela maioria de seus moradores!
    Todos os dias nos deparamos com notícias bastante ruins sobre a cidade, a começar pelo tráfico de drogas e relatos de estupro infantil dentro das próprias casas onde as crianças moram. E, ao olhar para a maneira como a cidade se desenvolveu, encontramos bairros desconectados entre si e realidades extremamente diferentes de um lugar para o outro. Para somar a tudo isso, a maioria da população não é nascida na cidade, mas advinda de outras localidades atraídas por promessas de bons empregos – o que nem sempre encontram quando por aqui chegam.
 

   Estar aqui não parece “grande coisa” comparado aos esforços de tantos outros irmãos que se deslocam para outros países ou para o nordeste brasileiro para cumprir um chamado do Senhor. No entanto, a cada dia percebemos que Deus tem um carinho muito especial com essa terra e que não foi à toa que a batizaram por um nome sinônimo de “lugar mais alto”. Vemos por toda a Escritura o quanto Deus se agrada de habitar em lugares altos! E é exatamente isso que ansiamos para esta cidade: que o Senhor encontre um lugar para repousar aqui! E, claro, nossa maior expectativa é que à medida que a presença de Deus por aqui estiver, toda essa realidade de violência chegará ao fim!
    Enquanto cursava o CPP no ano passado, participei junto com outros irmãos de um momento onde sentimos um peso muito grande por estar aqui e fazer dessa cidade um lugar onde a presença de Deus fosse real, e definitivamente foi isto que nos atraiu para cá. Hoje somos uma comunidade de quase 50 pessoas – nenhuma nascida aqui! – que trabalha para que este seja um lugar para Deus repousar. E entendemos que isso não acontecerá sem oração! Esse é o principal motivo de uma Casa de Oração ter sido iniciada aqui com o objetivo de funcionar 24h por dia, 7 dias por semana! E esse mover de oração conhecido por “24/7” ou “Oração Dia e Noite” é algo que tem acontecido em vários locais pelo mundo.
    Nas próximas postagens, vou compartilhar mais sobre isso!
    Agradeço por todas as orações e contribuições!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Um "segredo" bem compartilhado!


  Estamos chegando ao final de um ano e, ao iniciar o próximo, logo queremos renovar muitas coisas e fazer muitos planos, inclusive sobre os livros que leremos e como será nossa vida de oração e devoção.


   Bem, gostaria de aproveitar esse momento e indicar um livro excelente, inclusive, para uso no tempo de devocional: O Segredo do Lugar Secreto, de Bob Sorge. O autor, ministro de louvor em Kansas City, anunciou quando tinha 21 anos que teve problemas com sua voz. Tal situação o levou não apenas pela busca da cura, mas para um relacionamento mais íntimo com o Senhor.

  O livro traz uma divisão de quatro partes, cada uma recheada de 'chaves' para reacender nosso desejo para buscar a Deus.

   Abaixo, um breve trecho do capítulo 40 - "O segredo de contemplar Jesus":

  "Minha experiência provou que não consigo conhecer Jesus melhor através da oração. A oração é onde expresso meu amor de acordo com o que conheço dele. A oração é o amor trocado. Mas se eu quiser conhecê-lo melhor, devo me aproximar de sua Palavra e contemplá-lo nela. Conhecer mais de Cristo requer revelação, e a revelação geralmente requer meditação na Palavra: " E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito." ( 2 Co 3.18)"

   Este foi dos livros que me edificou muito neste ano! Por muito tempo desprezei o valor deste 'lugar secreto'. O Senhor deseja estar conosco em um lugar secreto, onde possa revelar-nos sua glória. Se não temos tempo para Ele - além dos cultos de domingo - como o conheceremos de fato?

   Desejo que você seja atraído para este lugar mais e mais. E não recuse este convite, pois Ele estará lá!

domingo, 17 de novembro de 2013

Reforma e Unidade da Igreja - Pelo que esperamos?

   Você já reformou sua casa? O que esta palavra traz à sua memória? Normalmente, quando se faz uma reforma - em qualquer coisa, entende-se que algo velho precisa ser mudado. Numa casa, por exemplo, troca-se a pintura das paredes, muda-se uma parede de lugar, o piso pode ser refeito e, em casos extremos, destrói-se parte da casa para que algo seja drasticamente modificado. Uma reforma sempre terá como objetivo a mudança de algo que o tempo consumiu ou cujos proprietários da casa tenham se ‘enjoado’ de conviver, ou até então pela chegada de novos membros a casa, como quando acontece com a chegada de um bebê que precisa daquele closet como quarto.
    
   E restauração, você já pensou em restaurar algo em sua casa? Diferente da reforma, a restauração tem como objetivo trazer de volta o que havia sido feito no formato original, o que normalmente ocasiona num trabalho muito mais amplo. No universo das Artes, por exemplo, quando se trata de restauração de obras de arte, é necessário um estudo profundo a respeito da forma original como um quadro foi feito, inclusive da vida e obra do artista em questão. Não é tão simples quanto reformar algo que já foi feito, pois deve-se considerar todo um trabalho feito em sua originalidade onde traços e cores devem ser perfeitamente mantidos para que não se perca a marca pessoal do artista nem a intenção com a qual a obra foi realizada.
    
   Quando penso na Igreja, não consigo me desvencilhar destas duas definições: reforma e restauração. E, por vivermos na expectativa de uma nova reforma – a 3ª Reforma, fico pensando também sobre o tipo de reforma que estamos esperando e por qual deveríamos esperar. Não seria mais coerente se pensássemos numa restauração?
  
  Temos visto este tema sendo muito abordado por vários autores e parece-me ser unânime que esta “3ª reforma” se dará em relação à unidade da Igreja, já que a 1ª se deu em relação à Palavra e a 2ª sobre o derramamento do Espírito Santo. Mas, ao observar a história da Igreja, é visível o quanto o pensamento humano se distanciou do pensamento de Deus em relação à unidade. Enquanto homens entenderam que unidade se dava em função do que se tinha em comum no campo das ideias e práticas sacramentais, Deus nos mostra nas Escrituras o quanto tem prazer em ter um povo que, embora seja formado por diferentes pessoas e toda a diversidade de dons, se move em busca de um alvo comum que é cumprir seu plano na Terra, trazendo seu Reino e revelando sua glória. Os homens se dividiram por discordâncias que somente demonstraram o quanto a centralidade não estava na comunhão com Deus, mas em meras atitudes e pensamentos que nada poderiam fazer pela salvação destes. E assim, o que fora estabelecido como padrão original da Igreja foi-se diluindo ao longo dos anos em função de tantas ‘pequenas’ mudanças, que a meu ver, deveriam ter sido consideradas ‘pequenas reformas’. Assim, eu particularmente acredito que a reforma protestante e o derramar do Espírito Santo foram ‘restaurações’ de algumas características originais da Igreja primitiva.
    
    Portanto, não deveríamos esperar pela restauração da unidade da Igreja ao invés de mais uma ‘reforma’? Não seria mais coerente buscarmos, como fazem os grandes profissionais das restaurações de obras de Arte, por conhecer ampla e diligentemente o Autor da Igreja original para compreender seus intentos e interesses ao conceber sua Obra? Apenas através desta busca teríamos a certeza de realizar qualquer intervenção no que já existe a fim de que se retome o padrão original. E, diferente de qualquer tipo de restaurador que não conta com um contato pessoal com o artista idealizador da obra, temos o privilégio de não só ter contato com o Artista Maior, mas desenvolver um relacionamento íntimo e pessoal com Ele ao ponto de ter, de sua própria boca, as ordens necessárias para desenvolver o trabalho. Basta estarmos dispostos a ouvir sua voz e obedecê-lo!
    
   A planta é de Deus. A obra original é de Cristo. Os restauradores somos nós. O meio de comunicação é a oração. E nosso ‘mestre de obras’ é o Espírito Santo. Mas, o quanto estamos dispostos a buscar por este processo?